Termino o banho e vou para o closet, eis o problema. Stephani só tem roupa justa e que na maioria das vezes chama muita atenção.. Que saco, tudo o que eu não queria. Vamos lá, vai que eu acho algo descente. Procuro pelos cabides um vestido menos chamativo, o que é quase uma missão impossível. Acho um preto bonito com mangas longas e um decote nas costas, visto-o e ele fica muito colado e curto, mas em comparação aos outros, não está tão escandaloso.
Coloco um sapato meia-pata preto de salto alto e pego uma bolsa de mão também preta, nossa, parece que eu estou de luto, mas okay. Faço uns cachos em meu cabelo pra dar um volume legal, e passo uma maquiagem pra balada, não muito forte e nem muito calma, marcando principalmente os olhos e destacando a cor azul deles. Por último, passo um perfume da Chanel, que é meu e eu esqueci na casa dessa praga vulgo Ste. Estou pronta, dou uma conferida no espelho e me surpreendo com o que vejo. Stephani entra no quarto cantando uma música que tocava em seu rádio, provavelmente do Justin, ela vestia um short de cintura alta preto de couro e um top cropped de mangas longas azul marinho, combinando com o sapato também azul marinho.
-UAL, quem é você e o que fez com a minha amiga recatada e sem sal e sem açúcar? –ela diz rindo.
-Olha, eu vou desconsiderar o recatada e o sem sal e sem açúcar. Muito obrigada pelo seu ‘’elogio’’ –fiz aspas com as mãos e dou risada junto com ela.
-Besta. Nossa, essa noite promete, e como estamos lindas e gostosas, tenho que tirar um selfie. –ela diz e eu dou risada. Fazemos uma pose diante do espelho enorme de seu closet e tiramos uma foto que até eu gostei, ela posta no instagram e twitter e me marca, com a seguinte legenda ‘’Essa noite promete’’.
-E a Isa, tu já ligaste pra ela? –pergunto eu entrando no meu carro.
-Já, nós vamos se encontrar na porta da boate. –eu assinto com a cabeça e vamos em direção ao centro de San Francisco. Ela liga o rádio e está tocando uma música brasileira, exatamente dizendo, funk. Eu odeio esse gênero, mas a minha amiga gringa aqui, ama. Meu pai amado.
-Stephani para de cantar, você ta cantando tudo enrolado. –eu digo rindo da cara dela.
-Ai menina me deixa ser feliz, se você não tem brilho, não queira apagar o meu, ok? –ela diz eu dou risada e continuo.
-Você nem bebeu nada ainda e já está assim.. –ela finge não escutar e continua cantando, ou melhor, tentando cantar.
Estaciono na porta de um bar, ao lado da boate, e já posso ver uma loira com um copo na mão e um celular em outra. Isabelle.
-Nossa, vocês demoraram, eu estava quase abrindo um buraco no chão, eu já bebi três drinks esperando vocês. –ela diz, ou melhor grita, quando a cumprimentamos. Ela vestia um vestido curto, soltinho de alça larga e busto apertado branco com detalhes em lilás, e uma sandália alta roxa, carregava uma bolsinha de lado prata. Estava linda e nem parecia piriguete. –penso e dou risada alta.
-Que foi o cu? –Ste me pergunta.
-Nada não, eu só tive um pensamento engraçado aqui. Vamos entrar? Hoje eu quero esquecer o susto e me divertir. –digo e vou em direção à entrada da boate, era uma fachada toda preta e com as letras do nome em neon verde e roxo. A porta principal estava com dois seguranças, um de cada lado conferindo documentos das pessoas que entravam ali. Após 10 minutos esperando, conseguimos entrar na boate. É um lugar muito extravagante, cada milímetro deste local exala luxúria. Não é a toa que é uma das melhores da cidade e uma das mais caras também. Vamos para o bar e eu peço pro barman uma dose de tequila. Jogo tudo de uma vez e aquele líquido desce rasgando na minha garganta. Começa à tocar Hey Brother e as meninas me puxam pra pista de dança, estou no meu terceiro copo de vodca e me sinto leve, começo a cantar e dançar quando sinto uma mão na minha cintura. Quando olho para trás, quase desmaio, será que eu estou tendo uma alucinação?